sexta-feira, 19 de julho de 2019

Vamos evitar desperdício Alimentar?


Questionam-me muitas vezes acerca de desperdício alimentar. 
Sou realmente preocupada com esta questão, porque nunca vi grandes desperdícios em minha casa. Sempre vi a minha mãe e a minha avó a “reciclarem” comida para preparar outras refeições. Sempre se guardaram no frigorífico as sobras do almoço ou do jantar para serem comidas nos dias seguintes. Sempre se aproveitou os legumes em excesso pra congelar - depois de partilhar com os amigos e vizinhos. E as compotas e marmelada sempre fizeram parte dos rituais de final de verão.
Não há duvida que aprendemos com aquilo que vemos fazer. Pela forma como somos educados. E é por isso que sempre foi natural para mim essa questão. Que faço o mesmo que sempre vi fazer, que tenho esse cuidado, e que gosto de pesquisar e informar-me mais sobre o que posso fazer para limitar e evitar o meu desperdício.

Eu às vezes tenho a sensação que falo sempre na mesma coisa, mas para evitar o desperdício alimentar é essencial que não se compre a mais. Parece obvio que a primeira “dica” para evitar o desperdício seja mesmo fazermos e usarmos uma lista de compras de modo a não comprarmos em maior quantidade do que a nossa necessidade.

Outra coisa que faço regularmente para tentar evitar o desperdício é umas duas vezes por semana fazer uma limpeza do frigorífico: ver as sobras que lá estão, abrir caixinhas, ver as frutas e legumes na gaveta do frigorífico. E dar também uma volta aos outros “frescos” que não estão no frigorífico, como batatas, cebolas, e restante fruta.
É também um dos motivos pelo qual eu normalmente só tenho 4 refeições da semana planeadas, e há sempre a quinta refeição da semana que está só “alinhavada” com qualquer coisa que esteja semi pronta e congelada! Isso permite-me, caso seja necessário aproveitar as sobras do frigorífico e preparar essa 5ª refeição sem deixar desperdiçar nada. Mesmo para aqueles que não planeiam as refeições semanalmente, e que apenas deixam a descongelar na véspera, o exercício é valido! Se há sobras no frigorífico a refeição do dia seguinte é preparada com essas sobras em vez de descongelar mais alguma coisa  de as sobras continuarem por lá e acabarem depois no lixo como tantas outras vezes.

E o que fazer com as sobras? E quando as sobras são poucas e não dão para todos?
É também mais fácil do que parece: misturar é a palavra de ordem!
Só sobrou um bocadinho de carne de uma dia, e mais outro bocadinho de frango. Provavelmente podemos juntar as duas coisas e ainda mais qualquer coisa e fazer uma refeição. Coisas como “massas limpa frigoríficos”, quiches, empadas, pataniscas de tudo e mais alguma coisa, pastelões com ovos dão para aproveitar e acrescentar quase todas as sobras que tenham em casa. Acrescentem leguminosas, vegetais vários, massa, arroz, quinoa.... e misturem tudo. Façam salada frescas, ou saladas de massa/arroz/ quinoa. Se têm pouca carne juntem um resto de bacon ou ovos cozidos. Se o peixe é pouco para as pataniscas acrescentem uma lata de atum. Se há muitas sobrinhas juntem, misturem tudo e façam um pastelão com as sobras das carnes, dos legumes e do arroz. 
É tão fácil não deixar estragar!

Outra coisa que eu também faço quando não tenho a certeza de que vou utilizar as sobras, e para não desperdiçar, é mesmo congelar. É uma óptima maneira de terem depois uma refeição para a marmita à mão. Ou então vou congelando restinhos de carne, ou de peixe, e depois posso sempre transformar num recheio de crepes, ou numa massa gratinada, ou até em croquetes ou rissois. 

Mas congelar as coisas implica outra preocupação: não acumular e depois não saberem o que congelaram e acabarem a deitar fora... Façam também regularmente uma volta à vossa arca frigorifica e planeiem refeições com o que lá têm. Anotem numa folha para não se esquecerem e não desperdiçarem!

E depois há todas as outras coisas. A fruta madura pode ser transformada em batidos e smothies ou bolws de pequeno almoço. E congelada para fazerem gelados caseiros e os mesmos batidos e smothies. Muita quantidade de fruta pode ser aproveitada para sobremesas  e para fazer compotas.

Os legumes também podem ser congelados. Folhas verdes e legumes verdes branqueados antes de congelar, os restantes como as abóbora, tomate e pimento, podem congelar direto. Mas nunca se esqueçam do que têm congelado e usem essas coisas em vez de comprarem. Não adiante terem a arca congeladora cheia de abóbora para a sopa e todas as semanas comprarem courgetes! Percebem o que quero dizer?

Ainda no capítulo de desperdiçar o mínimo possível. Se tiverem animais como galinha, coelhos... podem dar-lhes  todas as aparas de vegetais e frutas. Outra coisa com que me preocupo é mesmo diminuir o meu desperdício de lixo orgânico. As nossas galinhas dão uma ajuda, mas tentamos comer com casca sempre que possível (daí para mim ser importante comprar biológico), e aproveitar também aparas de vegetais para os meus caldos caseiros. E cascas de fruta para aromatizar águas. Cascas de ovos, de bananas e borras de café para fazer fertilizante natural para as plantas cá de casa (já fiz aqui um post sobre isso!)

Gostava mesmo muito de passar a ter um compostor de lixo orgânico doméstico, mas ainda não convenci o Miguel a darmos esse passo.

Estas são as minhas estratégias principais, e as que uso mais aqui por casa!

Por favor partilhem as vossas também para que todos, juntos, possamos fazer mais!

14 comentários:

  1. Dicas sempre sábias e úteis! Continuo a achar q se desperdiça ainda imenso... Principalmente qd vemos nos tabuleiros de shoppings sobras de comida q pediram, mas deixaram tudo no prato: isso acaba no lixo!!! Ainda há dias li a notícia de que há mais gente a morrer à fome do que no início do século! Parece contraditório, mas não é, pois por cada pessoa q desperdiça há 2 a passar fome! Há q pensar no q compramos/consumimos em casa, mas tb qd se come fora! Se não conseguem comer uma dose, peçam meia ou dividam a dose com alguém ou levem o excedente para casa! Outra boa dica é o programa 'Scraps' no 24 Kitchen: aquele chef é mt engenhoso e acho interessante tds os aproveitamentos q ele faz :) Bjinhos e bom fds!

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  2. Acho que hoje em dia vivemos uma época de "fartura" em que há um excesso de oferta para aquilo que se efetivamente se consome, seja na comida ou outro tipo de artigos.
    É preciso aprender a gerir o que há em casa, bem como as compras que se fazem (as listas do que há em casa são muito importantes).
    Apesar de vez em quando haver algum pequeno desperdício, é algo que está a ser afinado em casa. As compras são mais espaçadas, condicionadas pelo que vem na cesta da Fruta Feia ou pelo que os meus vizinhos possam dar. Estou a ficar uma "masterchef" a usar restos, e nos casos em que há pouca carne para servir, tento fazer a "multiplicação" fazendo um caril/massada/arroz/salada, juntando alguns legumes.
    Quando sei que não vou consumir queijos ou enchidos/bacon em tempo útil, congelo-os em porções. O pão que sobra é usado em saladas tipo "panzanela", açordas/migas, tostas simples/compostas. As frutas são transformadas em doces ou em bolos/tartes de fruta.
    Os restos de carne ou peixe, restos de legumes assados/saladas, massas/arroz, são transformados em pataniscas, panquecas salgadas (com os legumes triturados a fazerem a o líquido da receita), salteados, ou legumes recheados, conforme a situação.
    O compostor é algo que estou a considerar, mas o espaço para este e o cheiro que emana é algo que está condicionar a sua compra.
    Mas aos poucos estou a melhorar esta questão!


    Um grande beijinho,
    Sara Oliveira

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    1. Olá Sara, o compostor, se bem utilizado, não emite qualquer cheiro. Tenho um e não posso recomendar mais. Quanto ao espaço, se tiver jardim/logradoro, qualquer metro quadrado serve.

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  3. O composto é super fácil e muito Bom não dá trabalho nenhum e é mais um local onde colocar os desperdícios além de poder usar o composto para o quintal aparece toda uma comunidade de animais como as minhocas foi das experiências que mais gostei quando tive quintal

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  4. Vivo sozinha e tento não desperdiçar nada. Cresci a ver a mãe e as empregadas a aproveitarem sobras de refeições e a transformá-las em empadões, croquetes, rissóis, tortilhas, etc. Tenho um caderno de receitas escrito pela minha avó no qual se nota que os anos 30 e 40 do século passado foram bem difíceis: há receitas de bolo e biscoitos 'de um só ovo', queijadinhas feitas com requeijão azedado e dicas e receitas de aproveitamento de restos, passando por licores e refrescos de leite e de café… É uma verdadeira lição nestes tempos de abundância e a meu ver, de excessos…

    Por isso tento ao máximo tirar o melhor partido das compras semanais e evito desperdícios. Planeio 3 a 5 das refeições da semana e improviso com o que sobra ou tenho no frigorífico e na despensa.

    Outra coisa que faço é, por exemplo, comprar queijo e carnes frias a peso na charcutaria e evitar comprar 200 g de queijo ou fiambre embalado que depois não consigo consumir no espaço de 3 ou 4 dias úteis. Compro 80-100 gramas de cada vez, escolho tudo de melhor qualidade e sei que consumo tudo o que compro dentro do prazo de validade. E assim não trago embalagens de plástico para casa, porque a charcutaria vem embalada em papel. Não compro frascos grandes de molhos, mostarda ou maionese, por exemplo, para não ter de os deitar fora por não os consumir dentro do prazo. Prefiro pagar mais por frascos mais pequenos de marcas de qualidade e depois reutilizá-los para guardar alimentos ou objectos. Nem sempre os 'descontos' ou as compras em grandes quantidades valem a pena, especialmente para uma ou duas pessoas.

    Como não bebo nenhum refrigerante, aproveito sobras de fruta e cascas de citrinos para limonadas, sumos batidos ou ainda para misturar com iogurte ao pequeno-almoço.

    Não é só com os alimentos que sou assim: não compro novos produtos de limpeza ou de higiene pessoal enquanto não acabar os que estão a uso. Mesmo que haja grandes promoções: já aprendi que os descontos e as promoções voltam sempre…


    Imagino que numa família maior seja preciso fazer outra 'ginástica', mas acredito que em cada contexto é possível lutar contra o desperdício…


    Um abraço,
    Marta


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  5. Relativamente ao compostor, com galinhas não sinto falta do compostor, elas comem de tudo. Mesmo sobras de carne/peixe. Por exemplo, cabeças de peixe, as cascas de camarão, meto onde elas andam e passado umas horas está tudo comido ou espalhado pela terra...

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