A romã é simbolo de riqueza e abundância. |
Hoje é o dia da poupança. Apesar de estes não ser um clássico blogue de poupança, ou de ensinar a poupar, de promoções ou de descontos, a poupança - ou a economia doméstica que me parece um título mais apropriado - está presente em muito do que aqui escrevo.
Poupar é mais do que aproveitar promoções, fazer compras com vales e acumulações. Poupar é mais do que renegociar contratos de telecomunicações ou seguros. Poupar é mas do que guardar o que pudermos no banco ou num mealheiro para juntar um pé de meia. Poupar não é apenas comprar o mais barato.
É por isso que às vezes, toda esta conversa acerca da poupança me parece, a mim, desviar-se um pouco do ponto central.
Quando penso no que é realmente poupar penso sempre, e em primeiro lugar, numa gestão do nosso dinheiro. É por isso que poupar não é igual para todos, e claro que depende dos rendimentos de cada um de nós. Todas as pessoas “podem” e devem poupar. Independentemente de terem rendimentos baixos e isso ser uma obrigação e não uma “opção”, ou de terem rendimentos mais elevados e mesmo assim serem consciente na forma como gastam o seu dinheiro.
Poupar é saber para onde vai cada cêntimo que gastamos. É saber exatamente quanto gastamos em alimentação, em despesas da casa, com os filhos, ou em transportes. E poder fazer uma análise e, quem sabe, pequenos ajustes tentando “equilibrar” as coisas da melhor forma e de acordo com o nosso rendimento.
Poupar é saber fazer compras alimentares. Comprar o que necessitamos de modo a não ter excedentes que acabam muitas vezes no lixo. Planear refeições e fazer listas de compras é poupar. Aproveitar as sobras de umas refeições para as outras é poupar, assim como saber a melhor forma de rentabilizar aquilo que podemos ter em excesso: congelar, fazer compotas, conservas e afins.
Poupar é aproveitar saldos para fazer compras de prendas de aniversário ou até de natal. Mas poupar é perguntar às pessoas o que elas realmente necessitam em vez de comprarmos coisas completamente desnecessárias. Porque 10€ gastos numa coisa sem utilidade esquecida no fundo de uma gaveta são 10€ perdidos.
Poupar é aproveitar frascos de vidro, caixinhas e latas para guardar pequenas coisas em casa.
Poupar é pensar bem antes de fazer uma compra - realmente necessito de um novo telemóvel? Realmente necessito de mais um par de sapatos? Realmente necessito destas bolachas que não costumo comprar mas até estão em promoção?
Poupar é fazer opções - eu até podia comprar isto, mas não compro. Ou pensar que provavelmente é melhor gastar um pouco mais e comprar uma coisa melhor, que vai durar mais tempo ou porque é de melhor qualidade.
Poupar é não querer ter tudo. Se não tenho condições de trocar de televisão não troco apenas porque quero ter um modelo mais recente. E poupar é educar os filhos para que compreendam que por vezes os pais não lhes podem dar tudo o que eles querem, porque é há prioridades e comida na mesa, uma casa, água luz e gás, são mais importantes do que terem as sapatilhas que custam metade do orçamento mensal para comida.
Poupar é perceber que mais vale ir juntando dinheiro, aos poucos e poucos, para comprar aquele bem que até não é muito necessário, do que compra-lo a crédito e tê-lo de imediato. Às vezes, saber o tempo que demoramos a juntar aquele dinheiro ensina-nos a dar um valor diferente aquilo que compramos.
É por isso que eu acho que, quando reduzimos a palavra “poupar” ao significado “gastar menos”, não estamos realmente a “poupar”. E para poupar é por vezes necessário mudar a nossa mentalidade e a nossa maneira de lidar com o dinheiro, com o consumo e com o consumismo. E é também por isso que eu não gosto muito da palavra “poupar” e prefiro “economia doméstica”. Mas esta é apenas a minha opinião acerca do que deve ser a poupança, já que hoje, dizem, é do dia da poupança.
E para vocês, o que é poupar? Concordam? Não concordam? Está aberta a discussão a diferentes ou iguais opiniões!