Cá em casa há uma tradição, quase perdidas pela maioria das pessoas, que se recuperou: os postais de natal!
Falo por mim, mas é tão bom abrir a caixa do correio e ver uma carta endereçada à mão por alguém que nos é querido. Uma carta pessoal. Algo mais do que as contas e a publicidade que nos enche diariamente a caixa do correio.
Não digo para agora deixarmos de envia emails e sms para passarmos a enviar cartas manuscritas mas, pelo menos no Natal, será que é assim tão difícil mantermos a tradição de enviarmos os tradicionais postais com cenas na neve, presépios, pais-natais, renas e árvores decoradas?
A culpa de tudo isto é do meu amigo Luís. Entre outros talentos, o Luís tem um jeito incrível para desenhar. Todos os anos recebo na minha caixa de correio um postal de natal desenhado por ele (e que normalmente representa uma cena natalícia pessoal!) com votos de boas festas. E o Luís mora a 1 km de distância de minha casa, e estamos juntos todas as semanas. Mesmo assim, todos os anos o seu postal de natal chega cá a casa. E invariavelmente é um dos meus favoritos.
O ano passado, e já contagiada por ele, passei também eu a enviar postais de natal aos amigos e familiares. Pedi as moradas e lá escrevi – à mão – mais de 30 postais de natal. Gostei muito de o fazer e espero sinceramente que quem os recebeu tenha sentido a mesma alegria que eu sinto, ao abrir a caixa do correio e descobrir um postal de boas festas.
E que me desculpem as pessoas que enviam postais de natal por email. Não é a mesma coisa e, para dizer a verdade eu não gosto de receber as boas festas por email de alguém que envia postais de natal da mesma maneira que se enviam conteúdos a partir de uma mailing list. É impessoal e, para mim, não tem nada de “natalício”. Não se podem colocar sobre a lareira ou no móvel da entrada. Não se podem guardar em caixas para mais tarde recordar. Não se lhes sente o cheiro a papel e, principalmente não se “sente” o carinho e o amor de quem os escreveu.
Este ano vou manter a tradição de escrever as boas festas. Não são precisas grandes mensagens, nem assim tanto tempo (uns bocadinhos depois de jantar em vez de ficar a ver as “novelas”).
Os mais habilidosos, como o meu amigo Luís, podem criar os seus próprios postais de natal. Com cartolinas, papel cavalinho, restos de tecidos, estrelas recortadas e desenhos feitos pelas crianças ou até restos de papel de natal, podem criar os seus próprios postais de natal. Ou então podem comprar alguns e ao mesmo tempo ajudar instituições como a Unicef, a Ami e tantas outras que vendem postais de natal para financiar uma causa. Depois é só escrever, e porque não juntar uma foto de família (ou fazer da foto da família a capa do postal) e enviar.
E depois esperar de volta sorrisos a abrir a caixa do correio, telefonemas animados e a retribuição das boas festas!