terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Reaproveitar e Reduzir sem nunca esquecer de Reciclar


Um dos meus objectivos pessoais para este ano de 2018, é ter mais atenção ao lixo que produzimos, e tentar reduzir, reciclar e reaproveitar cada vez mais. E isso aconteceu com o leitura do livro “Desperdício Zero” da Bea Johnson. Apesar de o livro mostar um perspectiva um bocadinho fundamentalista da coisa, também indica caminhos fáceis de colocar em prática e que todos podemos seguir. Porque se todos fizermos pequenas coisas, o impacto pode ser grande....
Cá em casa a reciclagem é constante. Somos bastante cuidadosos com a separação do lixo, e reciclamos tudo o que é possível, desde as coisas mais convencionais, como o vidro, papel e embalagens, mas também as rolhas, as tampinhas plásticas, os medicamentos fora do prazo (que levamos para a farmácia), os óleos alimentares usados e as pilhas...
Para além disso, sou uma acérrima reaproveitadora de frascos de vidro - e tenho um armário cheio deles, que uso para tudo e mais alguma coisa, desde aproveitar para a despensa, como para congelar coisas, colocar o iogurte caseiro, as compotas, .... e além dos frascos de vidro tento aproveitar tudo o que pode ter outra vida e outras utilidades no nosso dia.
E ando também a tentar reduzir o plástico, pois acho impressionante a quantidade de embalagens plásticas e não só nos dias que correm. E, quem faz separação de lixo e reciclagem certamente que já se apercebeu do mesmo.

Acho também que pequenos gestos fazem uma grande diferença, e não precisamos de sermos fundamentalistas. Se cada um de nós mudar duas ou três coisas nos seus hábitos, isso pode trazer grandes mudanças. Os “baby steps” são importantes quando se tentam mudar mentalidades. No meu caso, não quero mudar a cabeça de ninguém, mas apenas indicar algumas simples mudanças que evitam desperdícios.

Uma das minhas primeiras resoluções foi reduzir os sacos de plástico quando vou às compras. Como já aqui referi diversas vezes, faço cada vez mais compras em comércio local, como é o caso das frutas e legumes: ou vêm no cabaz da semana da Dona Rosa, ou compro na frutaria habitual. No caso do cabaz, eles ou embalam em pequenos sacos de papel ou colocam tudo no saco de sarapilheira que trás o cabaz, pelo que o plástico é muito reduzido. No caso da frutaria.... bem. Eram sacos e saquinhos de frutas e legumes variados. Portanto a resolução foi: fazer sacos de tecido (algodão) - reaproveitando tecidos - para colocar as frutas e os legumes. Na frutaria onde vou foram logo muito elogiados. E também já os usei em supermercados como o Aldi e o Supercor e ninguém me levantou nenhuma objeção...

Ainda nesta decisão de reduzir as mil embalagens que nos vêm parar a casa com tudo e mais alguma coisa, descobri em Coimbra uma loja de venda a granel de produtos essencialmente biológicos, a Grão Natural (eu só conheço esta, não sei se haverá outras!) A vantagem é que além de reduzir o plástico - têm saquinho de papel para colocarmos as coisas, também podemos levar as nossas próprias embalagens - frascos - para trazermos os produtos a granel. Tenho lá ido comprar algumas coisas que costumava comprar embaladas anteriormente, como leguminosas, cacau em pó, quinoa, flocos de coco.....

Antes disto tudo, já tinha começado a substituir as caixas plásticas por caixas de vidro hermética, a usar sacos reutilizáveis e cestas de vime para ir às compras, a aproveitar todas as aparas para as minhas galinhas, reduzindo assim o meu lixo orgânico. E voltei a utilizar com mais regularidade o spray multiuosos com água e vinagre e fiz sabão “líquido” partindo de sabão azul tradicional (se acharem pertinente e quiserem, volto a falar disso aqui num post). Não deito nada fora que esteja em boas condições e que possa ser aproveitado por outras pessoas ou para instituições - como roupa, calçado, brinquedos, coisas de casa.... Já para não falar no reaproveitamento constante na cozinha.


E por aí? Que habitos de reaproveitamento e redução de “lixo” têm?

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

“Food” Nesting: Refeições organizadas para o regresso a casa com um novo bebé




Cada um de nós tem a sua realidade, claro! Mas um dos melhores conselhos que posso dar, nesta coisa de regressar a casa com um novo (ou o primeiro) bebé, é mesmo ter umas refeições organizadas e preparadas no congelar.
Fiz na altura da gravidez do Zé Maria, e voltei a fazer do António. E foi de tal forma útil e ajudou-me tanto, que não podia deixar de o fazer desta vez, principalmente porque voltar para casa com um bebé, implica mais duas crianças pequenas em casa a necessitar de atenção, implementar uma nova rotina que funcione para nós todos e suavizar a chegada da irmã aos outros dois e principalmente ter o máximo de disponibilidade para todos quando ainda se está a recuperar de um parto (no meu caso de uma terceira cesariana!) São demasiadas coisas para gerir e ainda ter de juntar a isto as refeições de todos os dias, não é fácil...
Portanto, nada mais fácil do que, com tempo, ir preperando refeições que se podem congelar já prontas ou semi-prontas, ou adiantar algumas coisas que permitam fazer uma refeição completa mais rapidamente, sem sem necessário recorrer ao take away ou comer mal durante este periodo.

Também me podem dizer que os avós podem ajudar neste ponto, irem lá para casa, mandarem sopa ou refeições....Claro que podem, se quiserem, se os avós tiverem essa disponibilidade, se estiverem por perto. Tem tudo a ver com a dinâmica de cada família... Os avós não vivem cá em casa, e além disso têm a sua própria vida. E nós também precisamos de funcionar enquanto família e adaptarmo-nos uns aos outros o mais rapidamente possível. Portanto eu prefiro assim.

Planear refeições, cozinhar,adiantar, orientar e ter a arca congeladora preparada para as primeiras semanas. Como começar? Aos poucos e poucos.

A melhor maneira de explicar, passa mesmo por dizer o que fui fazendo, como congelei, e como pretendo usar. E há de tudo. Refeições prontas e congeladas, principalmente para os primeiros dias, e para os “homens”, enquanto eu estive na maternidade.

Para esses dias há coisas como carne à bolonhesa preparada - basta deixar a descongelar e fazer um esparguete para acompanhar. Ou arroz de pato que basta deixar a descongelar e aquecer.

Deixo uma lista - enquanto sugestão e partilha de ideias - das coisas que deixei congeladas e que me simplificaram e muito o regresso a casa. 

Dalh - caril de lentilhas. Congelei já pronto, em duas caixinhas. Basta descongelar e acompanhar com arroz e ovo estrelado para uma refeição sem carne nem peixe, ou com bolinhas de carne tipo almôndegas - como a avó do Miguel faz.

Arroz de frango com açafrão e passas. Congelei já pronto. Basta descongelar e aquecer antes de comer.

Rolo de Carne recheado com cenoura e espinafres. Congelei feito, mas por cozinhar. Pode cozinhar sem descongelar no forno. Só fazer os acompanhamentos

Almôndegas - congelei preparadas mas “cruas”. Basta retirar do congelador e cozinhar mesmo assim, no tacho ou no forno. (Podem estufar em molho de tomate ou cozinhar direto na frigideira)

Empanadas de peixe e ervilhas - Aproveite sobras de peixe estufado co ervilhas e usei como recheio de massa de empanadilhas que se compra já pronta. Montei as empanadas e cozinhei no forno. Congelei depois de frias. Basta descongelar, aquecer e comer com uma salada ou legumes.

Carne de vaca estufada. Estufei carne de vaca na slowcooker. Metade retirei para uma caixa e congelei. Basta deixar descongelar e aquecer. Acompanha puré ou massa e legumes.

Empadão. Congelei já pronto, com a carne e o puré de batata. Depois basta descongelar, cobrir com o ovo batido e levar ao forno para dourar. Servir com salada.

Bacalhau Rápido com Espinafres e Natas - Congelei já praticamente pronto. Basta descongelar, juntar as natas e levar ao forno.

Caril de Frango. Congelei depois de pronto. Descongelar, voltar a ferver e acompanha com arroz basmati soltinho.

Carne de porco (rojões) cozinhada. Serva para fazer carne de porco à portuguesa. Basta juntar as batatas, pickles, azeitonas e coentros. (Também pode servir para arroz de carne, feijoada aldrabada....)

Sopa de Pedra - Aproveitei umas sobras de cozido e fiz uma espécie de sopa da pedra. Basta descongelar e voltar a ferver.

Feijoada do Cozido - Ainda com as sobras do cozido juntei feijão cozido em casa e fiz uma espécie de feijoada. Basta descongelar e fazer arroz para acompanhar

Creme de couve flor e caril (e outras sopas) - Basta descongelar e VOLTAR A FERVER. Parece sopa acabada de fazer.

Puré de couve flor. Congelei pronto. Descongelar e aquecer.

Abóbora e batata doce assadas - Congelei depois de assada e sem pele. Era para fazer sopa, mas acabei por usar para fazer puré de abóbora e a batata doce comi mesmo assim depois de aquecido. Ficam bem!

Molho de tomate pronto. Congelado pronto. Basta descongelar e serve para molhos de massa, pizzas ou para cozinhar as almôndegas.

Mini-hamburgueres de frango. Congelados em “cru”, depois de prontos. Basta cozinhar mesmo congelados.

Esparregado de espinafres. Congelei depois de pronto em doses para dois. Descongelar e aquecer.

 Frango desfiado. sobras de frango assado já desfiado. Para fazer uma massa rapida com frango cogumelos e natas.

Notas: 

Preparei uma maior quantidade de carne estufada. Uma parte congelei assim mesmo e a outra desfiei e aproveitei para o empadão.
Com a carne picada a mesma coisa: metade foi para fazer o rolo de carne, e a outra metade para preparar as almôndegas.
Preparei uma maior quantidade de cozido à portuguesa e aproveitei o excesso de carnes para fazer sopa da pedra e feijoada do cozido.
Fiz o dobro do arroz de pato, e congelei metade.
O mesmo molho de tomate que fiz para a bolonhesa, fiz em maior quantidade e uma parte congelei simples.

Havia muitas mais coisas, mas esta lista orientou-me durante as 2 primeiras semanas em casa.
Espero que seja útil, não só nestes casos, mas para quem gosta de ter algumas coisas prontas no congelador para os dias mais complicados.


O que acharam?