segunda-feira, 25 de julho de 2016

“Orçamento” para as Férias


Estamos definitivamente na altura em que as férias ocupam a nossa mente. Alguns já tiveram direito a uns dias de descanso, outros devem estar a goza-los nestes dias, e outros ainda vão suspirando por eles.
Mesmo que já tenham ido de férias, ou que ainda se estejam a preparar para ir - se têm a oportunidade e ir para outro local, fora das vossas casas e da vossa cidade - certamente que têm um orçamento, ou se preocupam com o valor a gostar durante as férias.
Não vou aqui entrar pela questão do valor que gastam na casa que alugam, na diária do parque de campismo ou do alojamento em que ficam. Alguns até podem ter a sorte de ter uma casa de férias, ou algum amigo ou familiar com uma casa de férias.
Falo do orçamento que estipulam gastar durante o tempo que vão de férias? Não fazem orçamento? Eu faço, e acho que todos devíamos fazer.
Mesmo que recebam subsídio de férias, não devem gastar tudo sem algum controle. O ideal é mesmo poderem canalizar uma parte desse dinheiro para outras eventualidades ou gastos, como seguros anuais, uma poupança, a compra de algo necessário, a revisão do carro, ....
Como fazer um orçamento para as férias? Vou tentar explicar como faço - pode ser que seja útil para alguém!
(É obvio que este “esquema” não se aplica a quem vai todos os dias comer fora, ou está num regime de pensão completa num hotel!)

O alojamento - seja uma casa alugada, um aparthotel, um parque de campismo - e a viagem (combustível e portagens) não entra diretamente neste orçamento. Normalmente para essa contas podem usar alguma poupança que possam ter feito especificamente para as férias, ou uma parte dos vossos subsídios de férias, deixando a outra parte de lado para as eventualidades ao longo do ano, ou as despesas anuais como os seguros, revisão do carro, imi, poupança...)

Se fazem habitualmente o vosso orçamento, sabem quanto gastam por mês, em média em alimentação. O que eu faço é dividir esse valor por semana e estipular também esse valores para as férias, acrescentando mais 50%  para refeições fora, um gelado, uma bola de berlim na praia, ou uns cafés. (Ou seja imaginem que gasto 350€ por mês em alimentação. Dividindo por 4 semanas são 87,5€. Se for de férias 2 semanas o valor do orçamento para alimentação e saídas é de 175€ (87,5€ + 87,5€), mais 50% de 175€, que são mais 87,5€. Ou seja o valor estipulado do orçamento para 15 dias de férias são 262,5€. 
O que faço depois, é na véspera de ir de férias, levantar esse valor e colocar esse dinheiro na carteira e “esconder” o cartão multibanco. Vou pagando todas as despesas com este dinheiro, de modo a não ultrapassar o orçamento estipulado. 
Acontece que esse meu valor de despesas para as férias, sai diretamente do orçamento mensal, e não do valor de subsídio de férias. Porque o que gastam em alimentação vão continuar a gastar, quer estejam em casa, quer estejam noutro lado qualquer. Os 50% extras também devem sair do orçamento mensal familiar. Se não vão estar 15 dias em casa, vão gastar menos luz, menos água, menos gás, e provavelmente não vão ter outras despesas “extras” que teriam se estivessem em casa. (Por exemplo, vão gastar menos em transportes ou combustível para irem trabalhar, já não vão comprar umas roupinhas numa ida ao shopping, não pagam nessas duas semanas à senhora que vos ajuda lá em casa....) Idealmente esse valor deverá sair do vosso orçamento mensal, deixando assim o restante do subsídio de férias de lado.

Claro que isto não se aplicará a todos. É uma sugestão para quem vai de férias e não quer estoirar o orçamento, e depois “arrepender-se”. E sim, como todas as estratégias de poupança, exige alguma disciplina. Mas é simples de fazer. E a solução de terem “todo” o dinheiro para as férias na carteira, e irem-no vendo a diminuir, acreditem que vos faz pensar duas vezes antes de comerem todos os dias uma bola de berlim na praia.
Mas sei que há quem diga que férias são férias, e não se olha a despesas, ou a orçamentos, ou a contas. Tudo são opções.
Por aqui, tem-se optado por fazer assim, e os resultados são sempre bastante satisfatórios. Se tiverem orçamentos mensais um bocadinho mais folgados, e se conseguirem ser criteriosos, podem até conseguir que uma parte desse subsídio que não gastaram na totalidade vos sirva para umas outras férias fora de época. E sabe sempre bem poder ter um pequeno extra de lado para as eventualidades da vida, e de um mês mais difícil.

Sou só eu que faço isto? (Digam-me que não só sou eu que controlo o orçamento também nas férias!!!)

6 comentários:

  1. Claro que não é a única a controlar o orçamento também nas férias :) O Controle da despesa torna-se um hábito e não é por estarmos de férias que o vamos esquecer. Eu, sempre que possível tento ir para algum sitio em que consiga uma casa emprestada, assim sempre poupo na renda, a comida costumo comprar sopa ao almoço em quantidade suficiente que dê também para o jantar e o segundo prato apenas para o almoço porque à noite nunca se tem tanta fome quando se está de férias, o pequeno-almoço é sempre tomado "em casa", o gelado ou a bola de berlim é só de vez em quando.

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  2. Olá Joana!A sua estratégia é inteligente! Uso um método semelhante e nunca me arrependi... beijinho e boas férias.

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  3. Não, não és só tu :) E a dica de levantar o dinheiro que é suposto gastarmos e não mexer no multibanco, é mesmo eficaz!

    Um beijinho!

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  4. Joana gosto muito dos seus blogs e sempre que posso leio o que escreve. Já me ensinou muitas coisas mas agora fiquei triste com uma coisa que escreveu neste artigo: "não pagam nessas duas semanas à senhora que vos ajuda lá em casa....)"....não trabalha não recebe???? nada de férias para a Senhora que ajuda lá em casa? OK, eu não sou ninguém nem estou dentro do combinado entre as duas mas fiquei um bocadito trista porque, infelizmente, em Portugal a maioria das pessoas desvaloriza muito essa "ajuda" tão preciosa e as pessoas que a fornecessem...mas isto sou só eu a pensar alto, desculpe não quero ser intrometida nem dar lições de moral. E não, eu não sou empregada doméstica. Boas férias e felicidades para si e para a sua família.
    Filomena

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    1. Filomena, tem toda a razão com o que escreve.
      O pagamento da empregada doméstica deve ter descontos para a segurança social, seguros e obviamente subsídio de férias e de natal. O que sabemos é que há muitas pessoas que fazem estes trabalhos e recebem à hora, como uma prestação de serviços e aí, só recebem se trabalharem e a quantidade de horas que trabalham - como qualquer outro prestador de serviços. Outras não querem nem este género de pagamentos nem fazer descontos, e querem apenas receber as horas que trabalham - muitas delas depois de já terem um outro trabalho, e fazem "umas horas" para aumentar o rendimento.Outras ainda têm um normal contrato de trabalho e recebem esses valores. Como diz depende do acordado entre as partes.
      O que importa é que resulte com ambas as partes!
      Um beijinho,
      Joana Roque

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  5. Mais ímã vez parabéns Joana esta um belo post e muito adequado à época e aos tempos que vivemos. Nós fazemos uma mistura do que a Joana propõe com um " empréstimo ao banco mealheiro".
    Então é assim, todos os meses tiro X dos dois ordenados e ponho de parte numa poupança e quando chega à altura das férias esse X serve para pagar as viagens de avião para os Açores e pagar os extras incluindo algumas idas a restaurantes.
    No dia em que partimos dou ao meu filho a mesada com subsidio de ferias para ele gastar nessas férias com os amigos açoreanos incluindo parque aquático, bowling, cinemas, livros, bebidas, bares.
    Depois do subsidio sai o extra que será o imprevisto que surgiu de ir a uma outra ilha, da matrícula da faculdade do miúdo, de algum arranjo na casa ou carro nos Açores.
    Como se torna muito caro acabo por sacrificar os ordenados e o subsidio de Natal em prol do Verão uma vez que temos de nos dividir por duas terras ( Açores e Porto).
    Beijo e continue sempre com estes post

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